Profissão “Publicitária”

Você tem curiosidade de conhecer o mundo das propagandas, dos comerciais de TV, das fotos lindíssimas que rolam nos anúncios e saber como funciona a criação de campanhas que fazem todo mundo falar de uma novidade? Hummm… então você vai curtir o bate-papo que compartilhamos a seguir! ?

Conversamos com Karine do Prado, publicitária, pós-graduada em Marketing e Inteligência Competitiva, mestre e doutoranda em Comunicação e professora do curso de Publicidade e Propaganda nas Universidades Araguaia e UniCambury de Goiânia.

Em entrevista ao FaithGirlz, Karine conta curiosidades sobre o trabalho do publicitário (a), fala sobre a formação acadêmica e dá dicas para as FaithGirlz que desejam saber mais sobre a profissão. Bora conferir?!  

FaithGirlz: É legal ser publicitária? Por quê?

Karine do Prado: Para mim, é muito legal ser publicitária, por inúmeros motivos. Ser publicitária é estar sempre conectada ao novo e ao contemporâneo [ao que é de nossa época], porém com um olho no passado, para entender o mundo em que vivemos. É por isso que uma publicitária deve estar antenada e bem informada. Temos que ficar por dentro de todas as ondas, novidades tecnológicas e “modas” presentes na sociedade, para falarmos diretamente com as pessoas. Além disso, temos que ter soluções criativas o tempo inteiro, o que é desafiador e empolgante!

O que o profissional de publicidade faz? Em quais áreas pode trabalhar?

Hoje o profissional de publicidade possui um leque de opções imenso, ou seja, ele pode atuar em várias frentes e de diversas formas. Devido à sua capacidade interdisciplinar, por unir inteligência mercadológica, social e midiática, é visto como um profissional “coringa” [versátil] por muitas empresas.

O caminho mais óbvio do estudante de Publicidade e Propaganda (PP) é geralmente uma agência de publicidade, o lugar tradicional em que são elaborados os anúncios para diversas empresas. Lá, poderá atuar em departamentos como: Atendimento, Planejamento, Criação, Redação, Direção de Arte, Produção, Mídia etc.

Há também a possibilidade de trabalhar no Departamento de Comunicação ou Comercial de uma empresa. Neste caso, o profissional será responsável pela comunicação interna e externa, cuidará da imagem da organização e promoverá ações institucionais e promocionais, além de manter um relacionamento com as agências de publicidade e os veículos de mídia.

Pode-se trabalhar também na produção específica da comunicação em estúdios especializados, produtoras ou veículos de Comunicação. O curso de Publicidade e Propaganda capacita o estudante a trabalhar em rádio, TV, jornal e cinema e a produzir fotos, filmes, produtos audiovisuais, entre outros.

Com as redes sociais, surgiu o profissional publicitário especificamente responsável pela comunicação nas plataformas digitais, o Social Media. Esse profissional atualiza, monitora, gera conteúdo para diversas empresas (ou somente para uma) nas redes sociais.

Além disso, o profissional pode empreender ou ser freelancer [autônomo] em qualquer parte deste processo.

É muito difícil?

Como qualquer profissão, trabalhar significa movimento, ação e não acomodação. Eu não diria que é difícil, mas é o contrário de estagnação, apatia e inércia.

Quais habilidades são fundamentais para trabalhar na área?  

Trabalhar com publicidade requer muita proatividade, senso crítico, intuição e sede por inovação. Eu diria que a pessoa que deseja trabalhar na área deve ser curiosa, pois toda habilidade ou conhecimento começa com uma dúvida.

E os principais desafios?  

O trabalho do publicitário tem ficado cada vez mais complexo por causa da proliferação de plataformas, pelas métricas específicas que o profissional deve dominar [tipo, a quantidade de like e dislikes], pela dispersão dos usuários nas redes [tipo, a concorrência] e pela atualização constante que o profissional deve ter [precisa seguir aprendendo sempre].

A publicidade feita hoje talvez não siga os mesmos moldes da publicidade que será feita amanhã. Deve-se estar atualizado, estudar constantemente novas possiblidades e manter-se atento à novas ferramentas, plataformas, “viralizações” etc.

Mas não só do novo vive uma publicitária. Nossa formação humanística, filosófica, social e até psicológica nos dá bases para entender quem é o ser humano, pois lidamos com pessoas diariamente.

Como alguém se torna um publicitário (a)? Como é a formação profissional?

As empresas valorizam quem tem um diploma de Publicidade e Propaganda. É um curso de graduação que pode durar 4 ou 5 anos. Caso essa não seja a formação do candidato, há diversos cursos de especialização para que ele possa trabalhar na área. Há também cursos livres específicos. Hoje, mais do que nunca, temos acesso a uma infinidade de cursos EAD, e até monitorias com profissionais já renomados. Como professora de publicidade, creio que a formação faz toda diferença, porém o mercado exige certa experiência na área.

Quais são os principais requisitos exigidos pelo mercado?

Quando trabalhei em agência de publicidade, ganhei tanta confiança que me tornei a recrutadora da empresa. Com isso, posso afirmar o seguinte: além da formação — que não necessariamente precisa ser nas melhores universidades —, o candidato deve mostrar que possui inteligência interpessoal e experiência; se não houver, deve ter muita disposição para aprender e se mostrar alguém de confiança. Deve transmitir o desejo de crescer com a empresa. O caráter e as características pessoais também contam na hora da entrevista.

Poderia compartilhar algumas curiosidades sobre o curso?

Algo supreendentemente agradável para mim foi saber da existência de duas disciplinas. A primeira foi Teoria da Comunicação; a segunda, Teoria da Imagem. Eu achava muito curioso saber que havia pessoas que se dedicavam a estudar e criar teorias sobre TV, cinema, audiovisual, fotografia etc. Para mim, abria-se um mundo de possibilidades. Essa experiência, inclusive, contribuiu para quem sou hoje: professora de Publicidade e Propaganda.

Entrei no curso primeiramente porque tinha visto que possuía a matéria “Fotografia”, algo que me chamava muita atenção. Eu pensava que o curso seria extremamente técnico. Me enganei! Para minha felicidade, não foi assim! Precisaria passar por um longo processo de formação em Filosofia, Sociologia, Antropologia e Teorias da Comunicação até chegar nas disciplinas mais práticas.

E de sua carreira?

Minha carreira começou como a da maioria dos estudantes do Brasil: coloquei meu currículo em um banco de dados para conseguir estágio e comecei a estagiar em uma empresa que trabalhava com cursos em Recursos Humanos. Essa primeira experiência foi importante para mim, pois minhas chefes me pagavam também com cursos profissionalizantes. Comecei a entender como as empresas funcionavam, recrutavam e faziam vendas, e isso com 19 anos.

Depois, fui para uma pequena agência de publicidade [que depois se tornou uma agência grande, com 16 colaboradores], onde trabalhei por três anos e passei basicamente por todas as áreas. Essa época foi extremamente importante para o meu desenvolvimento profissional e para eu ser uma docente na área da Comunicação, pois consigo falar com segurança o que vivi na prática dentro do mercado.

No mercado, trabalhei para uma grande rede de franquias em Goiânia, que na época possuía 55 lojas no estado de Goiás. Foi uma experiência e tanto cuidar da Comunicação de uma empresa tão grande — e que, pasmem, ainda não possuía um departamento consolidado de Comunicação! Ao mesmo tempo em que enfrentava esse desafio, já com o mestrado em Comunicação, fui chamada para ser professora.

E o salário, é bom?

Como em qualquer carreira, creio que no início passamos por diversos “perrengues” e baixas remunerações. Com o tempo, vamos enxergando nosso valor e podemos exigir melhores salários em virtude de nossa formação e experiência.

Quais dicas daria para a FaithGirl que deseja ser publicitária?

Meu conselho é: estude sobre o tema, converse com quem trabalha no ramo, visite agências e veículos de Comunicação, conheça as grades curriculares dos cursos e troque uma ideia com quem cursa ou cursou Publicidade e Propaganda. Pense se é com isso mesmo que você quer trabalhar. O dia a dia muitas vezes é exaustivo, tem um senso de urgência gigantesco, pois trabalha-se com prazos o tempo todo. Veja se você está disposta a enfrentar situações estressantes e de muita pressão, porque isso acontece muitas vezes.

Uma mensagem final.

Queridas leitoras, entreguem sua profissão nas mãos de Deus. Ele nos chamou para sermos instrumentos da verdade e das boas-novas, que é Jesus Cristo. Deus nos chamou a trabalhar antes mesmo da queda [do pecado de Adão e Eva], portanto, é um chamado cultural, de promoção de cultura. Que possamos ser mensageiras da cultura do Reino.

Deus não chama apenas pastores ou ministros de louvor, ele também chama publicitárias para propagar as verdades de Deus, por meio não só do que fazemos, mas do que somos, como agimos e trabalhamos. Antes de escolher uma profissão, pergunte-se: É assim que posso servir a Deus, onde estou, com meus dons, da melhor forma possível? Se sim, vá fundo! Deus é soberano sobre todas as áreas da vida e a usará onde você estiver.

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