Querida Á, achei sua pergunta super interessante e importante! Esse é um assunto que precisa ser tratado com muita calma, respeito e sabedoria 🙂 Entre os cristãos, existem várias interpretações sobre o batismo do Espírito Santo e o dom de línguas. Eu vou compartilhar com você aquilo em que acredito e minha opinião sobre como você pode usar esse dom, ok?
A meu ver, todos os cristãos recebem o batismo do Espírito Santo no momento em que aceitam a Cristo. Nesse instante, o Espírito vem morar dentro de nós e nos dá tudo de que precisamos para caminhar com Deus ao longo da vida. Em alguns momentos, porém, o Espírito nos dá presentes especiais, de maior proximidade e comunhão com Deus, de renovação espiritual e de um compromisso mais forte com Cristo. Algumas pessoas chamam essas experiências de “batismo do Espírito Santo”. Na verdade, é mais uma questão de nomenclatura. Muitas vezes, cristãos de denominações diferentes acreditam nas mesmas coisas, mas com outros nomes, rs.
Portanto, não tem nada de errado em pedir essas experiências ao Espírito Santo, desde que elas sejam para glorificar a Deus e ajudar no crescimento na fé, e não para “ficar bem na fita” nos cultos da igreja ou simplesmente parecermos mais espirituais. O batismo no Espírito não deve vir acompanhado apenas de determinados dons, mas sim, de mudanças em todas as áreas da vida – nos relacionamentos, nos estudos, no trabalho, etc. Não adianta a pessoa ser batizada no Espírito e falar em línguas no domingo e depois, na segunda-feira, colar na prova, gritar com os pais, enganar o colega, e por aí vai. Entende?
E quanto ao dom de línguas, eu gosto do que o apóstolo Paulo diz em 1Coríntios 14. Esse dom tem dois objetivos: fortalecer nosso relacionamento com Deus e edificar a igreja. Quando o dom de línguas tem a ver com o fortalecimento pessoal, é melhor e mais apropriado que ele aconteça no seu momento pessoal de devoção, quando você está sozinha com Deus. Se você pedir a Deus para falar em línguas quando estiver quietinha no seu quarto e se ele atender a esse pedido (nem sempre Deus dá os dons que pedimos – ele dá os dons que precisamos) será uma experiência entre vocês dois e você não precisará ter medo de estar fazendo só por causa dos outros.
Falar em línguas no culto na igreja é algo um pouco mais complicado, pois a gente precisa ter cuidado para não se deixar levar pelas emoções e pela pressão de outros. Em minha opinião, se você não está 100% de que as línguas em sua mente vêm de Deus, você faz muito bem em ficar calada! Deus não vai se desagradar de você. E, para que o dom de línguas cumpra o papel de edificar a igreja, é preciso que sempre haja uma interpretação da mensagem, e que essa mensagem esteja de acordo com tudo o que a Bíblia ensina. Como Paulo diz, falar em línguas na igreja sem ter interpretação, é só fazer barulho e não edifica ninguém – pelo contrário, pode causar confusão em vez de adoração.
Portanto, amiga, continue a buscar a vontade de Deus em todas as coisas, pedindo com humildade que ele lhe dê o dom que ele quiser, no momento que ele quiser. Exercitar um dom é como andar de bicicleta: a gente precisa aprender um pouquinho de cada vez. Minha sugestão é que você comece isso em suas devocionais pessoais, sozinha no seu quarto, sem pressão e sem emotividade excessiva.
E não há razão para ficar angustiada a esse respeito, pois Deus é o maior interessado em ajudá-la em seu desenvolvimento espiritual! Se você estiver disposta a ouvir e obedecer, ele mostrará o próximo passo com clareza. Confie nisso e fique na paz, amiga!
E, sempre que quiser conversar, estamos aqui!
Kisses,
Su