Hello, D.! Estava com saudades J Como suas duas mensagens são relacionadas, coloquei ambas aqui, ok?
Para começar, fique sossegada, pois eu sei que você não fica assistindo TV o dia inteiro, rsrs. E também sei que você sabe fazer distinção entre ficção e realidade!
- Vamos falar primeiro desses romances complicados nas duas histórias que você descreveu (se quiser falar o nome, não vejo problema). Por trás dessas duas histórias existe a suposição de que a gente não controla as coisas do coração. Tipo, “me apaixonei e não tem nada que eu possa fazer”. Por mais romântico que pareça esse lance de ser “refém do amor”, na vida real não é assim que funciona. De fato, não temos controle absoluto de nossos sentimentos, MAS, com a graça de Deus, temos como controlar pensamentos e atitudes que influenciam os sentimentos e somos capazes de tomar decisões que sejam contrárias ao desejo de nosso coração (aliás, há ocasiões em que isso é necessário).
Nos dois casos que você descreveu, pareça que as pessoas não tiveram escolha. Simplesmente se apaixonaram por alguém fora do casamento e pronto. Agora, observe como os roteiristas manipulam nossas emoções: em ambas as situações os sujeitos estão com mulheres chatas, desagradáveis ou mesmo perversas. E, em ambas as situações, conhecem outra mulher mais amável, atraente e encantadora. Você notou que os escritores fizeram tudo para você simpatizar com esses casais “ilícitos”?
Se essas fossem situações reais, eu diria o seguinte: Se você é casado(a), não é pecado sentir atração por outra pessoa – mas é pecado deixar essa atração se transformar em paixão e, pior ainda, agir em função dela. No primeiro momento em que esses personagens se sentiram atraídos por alguém de fora, eles deveriam ter feito absolutamente de tudo para evitar essa pessoa, distanciar-se dela e não alimentar os sentimentos por ela. Não existe amor nem paixão à primeira vista. Existe apenas atração à primeira vista. A paixão acontece à medida que a gente alimenta fantasias e sentimentos.
No caso do rapaz casado, se ele fosse cristão, o mais apropriado seria ele orar para que Deus o socorresse e mostrasse como conviver com essa esposa horrorosa ou separar-se dela. Também seria o caso de pedir a Deus que o ajudasse a não alimentar mais a atração/paixão pela escrava.
No caso do rapaz noivo, por que ele não termina o noivado? Não é errado ele ter se interessado por outra mulher, mas é errado ele deixar isso correr solto e não se definir. Sua mãe tem razão, sim. Namoro, noivado e casamento são sempre relacionamentos de compromisso exclusivo. Os dois primeiros compromissos podem ser rompidos por motivos diversos. O terceiro, só em casos muuuuito específicos.
Esses dois casos que você apresentou são bem interessantes, pois mostram como aforma como uma história é contada pode nos levar a simpatizar com pessoas mesmo quando sabemos que elas estão fazendo algo errado. Muito tempo atrás, assisti a uma série chamada Dexter e, quando me dei conta, estava torcendo por um cara que era um seria killer! Meio assustador isso, não?
Eu me identifico bastante com você nesse gosto por livros e séries – amo histórias e me envolve bastante com elas! Mas, quem tem essa característica precisa pedir graça de Deus para não se deixar manipular por aqueles que estão contando as histórias e para sempre manter o espírito crítico – exatamente como você procura fazer.
- Quanto ao comentário sobre os filmes de terror: eu também curto os vídeos do Pr. Douglas (aliás, você viu que ele está lançando um livro pela Editora Mundo Cristão? Legal, não?) e assisti a esse que você indicou. Em minha opinião, o princípioque ele apresenta é muito correto: não faz sentido um cristão assistir a filmes dedicados inteiramente a massacres, possessões demoníacas etc. e tal. Em minha opinião, porém, precisamos pedir cautela e sabedoria a Deus para não radicalizar esse princípio. Por exemplo, um filme pode apresentar uma cena de violência que faz parte de uma história muito mais ampla, que focaliza heroísmo, coragem, redenção, fidelidade (ou quaisquer outras virtudes). Só porque o filme tem essa cena de violência, não vou deixar de assistir e aproveitar as muitas outras coisas boas da história. Agora, têm filmes em que o “enredo” é apenas um pretexto para uma sucessão de cenas de violência (ou sexo, ou intriga ou qualquer outra coisa ruim). Ou seja, o foco principal do filme é só esse: matança e crueldade. Isso eu dispenso!
Um bom exemplo positivo é a trilogia do Senhor dos Anéis. Os livros e filmes têm várias cenas de violência e guerra, elementos de magia e outras coisas, MAS, tudo isso faz parte de uma história muito maior cujo foco principal é extremamente construtivo e, em vários aspectos, até bíblico.
Aliás, se você olhar a Bíblia como um todo, vai ver que ela tem umas histórias beeeem cabeludas de batalhas, estupros, traições, intrigas e por aí afora. Mas de maneira nenhuma esse é o foco do enredo.
Desde que o ser humano caiu em pecado, não existe nada 100% bom no mundo, mas existem coisas 90% boas ou 80% boas. A gente precisa sempre depender totalmente de Deus para distingui-las.
- Quanto a imaginações e sonhos, lembre-se de que Deus nos deu imaginação para ser usada. Volta e meia eu também fico me imaginando nas histórias que leio. No momento, estou lendo uma série chamada “A Roda do Tempo”. Pra você que curte fantasia, é bem legal! De vez em quando, também me pego pensando no que eu faria se fosse a personagem X, como usaria os poderes mágicos que ela tem, rsrs. Acredito sinceramente que não existe nada de errado nesse tipo de imaginação. Ela é saudável e pode ser usada de forma muito positiva (um dos papéis do Espírito é nos guiar nisso). Portanto, peça para Deus acalmar seu coração a esse respeito e aproveite para sonhar acordada com literatura de ficção, filmes e (por que não?), com as histórias da Bíblia também!
- Por fim, quanto a Eclesiastes 5.7, tanto quanto entendo, o texto está falando de pessoas que não fazem nada da vida além de ficar sonhando e imaginando projetos que elas não têm intenção alguma de realizar (não está falando de imaginação, como discutimos no item anterior). Veja que esses “sonhos” aparecem junto com “conversas inúteis” (NVI). Ou seja, é viver inteiramente fora da realidade, sem querer trabalhar, sem assumir responsabilidade e sem temor a Deus.
Que nosso Pai continue a abençoar imensamente sua jornada, com muitas boas histórias e uma imaginação sempre guiada pelo Espírito Santo! Até a próxima!
Kisses,
Su