Hello, H.! Em minha opinião, essa preocupação exagerada com a virgindade é fruto de vários elementos de nossa cultura brasileira e evangélica, entre eles, o machismo que valoriza a pureza feminina, mas não tem a mesma preocupação com a pureza masculina. Outra questão é a priorização de pecados sexuais, como se eles fossem “piores” do que outros pecados como fofoca, maledicência, desonestidade, cobiça, etc. E, por fim, temos a questão das igrejas que colocam o bom comportamento acima do relacionamento com Deus, quase como requisito para a salvação e não como resultado da intimidade com o Senhor. Sabedoria para fazer boas escolhas, sexuais inclusive, é fruto do Espírito em nós e fruto do amor por Deus que gera obediência. Enquanto a gente não entender que é salvo e santificado pela graça, vai continuar vendo essas coisas.
E o medo das meninas é justificado, pois, se você olhar várias perguntas aqui, vai ver que as consequências de perder a virgindade são terríveis. Além de autocondenação, culpa e vergonha, muitas meninas são banidas da casa família para trabalhar quase como escravas na casa de parentes. Também são humilhadas publicamente na frente de toda a igreja e em suas comunidades.
No lugar de orientação, diálogo, disciplina construtiva e um ambiente para que se fortaleçam na fé e tomem decisões sábias no futuro, elas recebem rótulos depreciativos e tratamento degradante. Com tanto desamor e injustiça, não é de se admirar que algumas percam todo o interesse em uma vida de fé.
Se você tem desejo de ajudar, promova conceitos saudáveis de relacionamento com Deus, de graça, misericórdia, apoio e discipulado. Rejeite fofocas, converse com a liderança se sua igreja, caso ela adote essa prática de “disciplinar” a menina publicamente e, acima de tudo, anuncie as boas-novas da salvação e santificação pela graça. Orar por essas meninas e viver debaixo do amor de Deus, entendendo a obediência como expressão de gratidão e afeto pelo Senhor é o melhor exemplo que podemos dar. Graça e paz para você!
Kisses,
Su