Pergunta:

Resposta da Sú:

Querida D., mande quantas perguntas quiser por semana. Vou respondendo à medida que der tempo 🙂

Creio que para ajudá-la nessas dúvidas, pode ser produtivo definirmos alguns termos e conceitos.

Existem dois “conjuntos” de pecado, arrependimento e perdão. No primeiro “conjunto”, Deus abre nossos olhos para nosso Pecado (nosso afastamento total dele), produz arrependimento em nosso coração e, ao sermos alcançados por sua graça em Cristo, nos dá o perdão. É o que se costuma chamar, de modo um tanto simplista de “aceitar Jesus”. A obra principal é dele – e é para sempre.

Uma vez que iniciamos a jornada com Cristo, temos uma base inteiramente nova de relacionamento com Deus. Não estamos mais debaixo da ira dele. Agora, estamos próximas dele em Cristo. Todas as interações de Deus conosco são, portanto, por meio de Cristo e daquilo que ele fez por nós na cruz. Não existe mais ira nem condenação (Rm 8.1).

Isso significa que nossos pecados, mesmo que repetidos, são apenas afloramentos pontuais de nossa velha natureza (aquela que será eliminada de vez no “dia de Cristo” (ao encontrarmos pessoalmente com ele; Fp 1.6). São ocasiões em que vacilamos e deixamos de viver de acordo com nossa nova identidade em Cristo. Para um Deus eterno, que enxerga o tempo de forma bem diferente da nossa, não importa se esses pecados pontuais se repetiram ao longo de uma semana ou de uma década. A cada ocorrência, o Espírito incomoda nossa consciência e nos concede arrependimento (Rm 2.4) e, a cada nova ocorrência, pedimos e recebemos o perdão de Deus, conforme a promessa de 1João 1.9. E não há um limite de vezes para receber esse perdão, pois todos os nossos pecados presentes, passados e futuros foram pagos por Cristo na cruz. Todos.

A repetição de um pecado não quer dizer que não houve arrependimento. Às vezes, essa reincidência mostra uma área em que precisamos nos apegar mais à graça de Deus, ficar mais vigilantes ou pedir ao Espírito mais criatividade e atenção para fugir das tentações.

O fato de você se entristecer e se preocupar com essas recorrências mostra que o Espírito está atuando em seu coração, mantendo-a sensível para aquilo que não agrada a Deus.

Convém lembrar, ainda, que o arrependimento não é um mero sentimento de amargo pesar, culpa ou vergonha. É uma decisão de mudar de rumo. Isso não significa, porém, que seremos capazes de colocar essa decisão em prática de uma vez só. Como a gente sempre conversa aqui, a santificação é um processo.

Essa luta que você está enfrentado é parte da vida de todos os cristãos. Em Romanos 7.15-25, uma passagem um tanto discutida, Paulo descreve essa situação.

Meu conselho, portanto, é que você dedique menos tempo a tentar quantificar o quanto você resistiu à tentação (se você se esforçou “ao máximo” ou não, se você “tentou até o fim” ou não, etc.) e gaste mais tempo simplesmente buscando o socorro do Espírito, refletindo sobre a obra de Cristo na cruz e meditando sobre tudo o que Deus já está fazendo em sua vida.

Uma das táticas que o Inimigo usa com mais frequência para nos enfraquecer na fé é voltar nosso foco para nós mesmas e, portanto, desviá-lo da obra consumada de Cristo. Clame ao Espírito para que, como Paulo em Romanos 7.25, você possa manter os olhos fixos em Jesus Cristo, nosso Senhor.

E, como cristãos vêm fazendo há séculos, recite com frequência a “Oração do Coração”: “Senhor Jesus Cristo, Filho de Deus, tenha misericórdia de mim, uma pecadora”. Essa é uma oração que já foi respondida – para sempre 🙂

Paz de Cristo para você, minha amiga!

 

Kisses,

Su

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