Hello, S.! Vamos começar por sua dúvida secundária (sobre ateísmo), para depois tratar da questão principal. Precisamos tomar muito cuidado com essas generalizações que vemos e ouvimos na mídia. Primeiro, os japoneses não são mais inteligentes que ninguém. Eles apenas têm uma cultura em que as pessoas aprendem desde cedo a ter disciplina para estudar mais. Se nossa cultura tivesse essa mesma característica, poderia ser menos complicado alcançar níveis acadêmicos mais elevados para a população em geral. Segundo, é bom lembrar que alguns países com maior enfoque intelectual têm pouca inteligência emocional e pouco desenvolvimento espiritual. “Coincidentemente”, são países com altos índices de transtornos mentais e suicídio. Os fatores envolvidos são muitos, e é uma questão complexa, mas precisamos ficar atentas para não fazer ligações diretas, tipo “mais intelectual = ateu” ou “mais ignorante = religioso”. De fato, algumas religiões se propagam mais entre camadas menos instruídas. Isso não significa, porém, que só pessoas ignorantes acreditam em Deus, ou que é impossível ser cristão e ter elevado nível acadêmico.
Quanto a sua questão principal, sobre estudos e objetivos, eu entendo sua ansiedade. Saiba que há esperança para você, sim – e muita! 🙂 Uma coisa que você precisa ter em mente é que condenar-se não dá em nada. É muito mais produtivo pensar em soluções práticas. É possível que você não se sinta muito motivada a estudar porque ainda não definiu claramente qual é sua vocação, quais são suas aptidões e o que Deus quer que você faça com elas. Essa é uma questão que precisa ser trabalhada em pelo menos três aspectos. (1) Ore especificamente a esse respeito, pedindo orientação bem clara de Deus. Pergunte de que maneira ele quer que você o sirva neste mundo. As aptidões que ele lhe deu são específicas para os serviços que ele deseja que você preste na sociedade e no Reino de Deus. (2) Converse com um orientador vocacional, psicopedagogo e/ou psicólogo. Seus professores do cursinho podem encaminhá-la ou mesmo aconselhá-la a esse respeito. Muitas vezes, é de grande ajuda fazer um teste vocacional. Quando temos maior conhecimento de nossas aptidões e traçamos alvos mais definidos, faz mais sentido dedicar-se aos estudos. Também pode valer a pena conversar com um médico sobre essa falta de vontade de fazer qualquer coisa. Existem várias causas físicas para isso. Não enrole! Busque ajuda. (3) Converse com sua avó e sua tia. Na medida do possível, explique para elas que você está numa fase de transição em sua vida, procurando entender o que Deus tem para você e qual deve ser o próximo passo. Expresse gratidão a elas pelo modo como investem em você. Deixe claro que você valoriza tudo isso e que deseja “dar um retorno”, mas que talvez leve um tempinho para você encontrar seu lugar no mundo. Diga que você está pedindo ajuda de Deus e buscando forças dele. Se elas forem cristãs, peça que orem com você e por você a esse respeito. Se parecer difícil falar tudo isso, escreva uma carta para elas.
E, por fim, tenha muita paciência consigo mesma e confie que Deus vai mostrar a próxima etapa. Peça para ele lhe dar coragem de buscar ajuda de profissionais apropriados. Peça também que ele a ajude a organizar seu tempo de modo produtivo. Deus tem bons planos para sua vida e, no momento certo, ele vai revelá-los, um pouquinho de cada vez!
Até a próxima, amiga!
Kisses,
Su