Hello, A.! Claro que me lembro de você! Em nossa última conversa, você comentou que sua mãe estava falando em divórcio. Pelo que você me conta agora, pelo jeito ela mudou de ideia, não?
Para começar, amiga, acho importante a gente definir essa história de perdão. É fundamental você entender que, assim como o verdadeiro amor, o verdadeiro perdão não é um sentimento – é uma decisão. Você decide que aquela pessoa não deve nada para você. E pede muuuuuita graça e ajuda de Deus para agir em função dessa decisão. Quando tomamos a firme decisão de perdoar, Deus nos dá tudo de que precisamos para nos manter firmes nessa decisão, mesmo que precisemos pedir socorro dele para isso trezentas vezes por dia. É sério! O fato de você perdoar alguém não significa que você vai, de imediato, ter sentimentos diferentes a respeito da pessoa. É bem provável que você continue a não gostar dela e a não querer proximidade. Tudo bem. A Bíblia não diz que a gente precisa gostar das pessoas e ter sentimentos fofos por elas. A ordem bíblica é para amar, conforme a descrição de 1Coríntios 13. Mas nem pense em tentar fazer isso com suas próprias forças, pois é impossível. Apenas decida perdoar e amar e busque forças do Espírito Santo.
Às vezes, também faz parte do perdão que nós nos afastemos da pessoa, para evitar que ela faça mais estragos em nossa vida. Se alguém agride você física ou verbalmente, perdoar não significa se sujeitar a isso. Significa apenas buscar ajuda de Deus para não se amargurar. E também tomar as medidas necessárias para que o problema não continue.
Em minha opinião, existem algumas coisas práticas que você pode fazer. Por exemplo, na medida do possível, evite passar tempo com seu pai, pelo menos por enquanto. Quem sabe é hora de começar a fazer planos de sair de casa e viver sua vida? Eu sei que estou lhe falando algo triste, mas em alguns casos, simplesmente não existe o vínculo de afeto entre pai e filha. Isso não é culpa sua, pois é algo que seu pai deveria ter desenvolvido com você na infância. Por algum motivo isso não aconteceu. Você pode se entristecer com isso, mas não precisa viver em função disso. Deus pode suprir qualquer carência deixada pela ausência emocional de seu pai. Digo isso para você por experiência própria 🙂
E união e harmonia são coisas que precisam de envolvimento de ambas as partes. Se seu pai não está a fim de viver dessa forma, também não é culpa sua! Romanos 12.18 diz: “No que depender de vocês, façam todo o possível para viver em paz com todas as pessoas”. Ou seja, você faz sua parte, mas se o outro não fizer a dele, a paz não vai acontecer.
Outra coisa é a questão da “ferida” que você mencionou. Aliás, sua descrição foi excelente. É isso mesmo. Quando convivemos com uma pessoa difícil, é como se a ferida começasse a cicatrizar e depois abrisse de novo. Repetidamente. Sua gastrite, aliás, é típica desse tipo de situação. Minha sugestão é que você procure ajuda especializada para tratar dessa questão. Peça para Deus colocar em sua vida um conselheiro ou psicólogo, ou uma pessoa cristã adulta de sua confiança que possa ajudá-la de verdade, sem condenar e sem dar “chá de Bíblia”, mas realmente entender o que aconteceu desde sua infância até aqui e encaminhá-la para um processo de cura. É maravilhoso como Deus prepara e capacita pessoas para nos ajudar nessas questões. Neste site aqui você talvez encontre psicólogos cristãos em sua cidade: http://www.cppc.org.br/pesquisa-de-profissionais/ Essas pessoas são presentes de Deus para sua vida. Aceite e use com gratidão! Não deixe que preconceitos e ideias equivocadas a impeçam de receber a dádiva da cura que Deus tem para você.
E volte aqui para conversar sempre que quiser. Eu sei que é extremamente difícil passar por essas questões e, sempre que precisar desabafar ou trocar uma ideia, estamos à disposição!
Kisses,
Su