Pergunta:

Resposta da Sú:

Querida L., vamos começar por essa sensação de psicopatia que você menciona. Eu lhe garanto que ela não corresponde à realidade. Uma pessoa verdadeiramente psicopata não estaria tendo esses questionamentos e não se angustiaria com falta de mudanças como você está fazendo.

O que você está descobrindo é algo muito importante: nossa total incapacidade de provocar mudanças em nós mesmas. Por um lado, é meio assustador quando vemos que temos tão pouca força de vontade e tão pouca disciplina, não é mesmo? Agora, por outro lado, é uma excelente oportunidade para aprender a buscar forças em Deus. O trabalho de santificação, em que Deus opera em nosso coração primeiro para, então, haver consequências externas, é inteiramente obra do Espírito, como você mesma sabe.

Nossa tarefa é colaborar ou facilitar esse processo através de pequenas ações. Minha impressão é que você está tentando “arrumar” todo o seu comportamento de uma vez só, o que não vai acontecer mesmo.

Além disso, é bom lembrar que arrependimento não é um sentimento que produzimos sozinhas. É a graça de Deus que nos leva ao arrependimento (Romanos 2.4).

Meu conselho, portanto, é que você faça três coisas:

1 – Em vez de tentar mudar comportamentos e reprimir desejos e vícios “na marra” (o que não funciona), peça a Deus para ajudá-la a encontrar maneiras criativas de meditar sobre a graça, o amor, a bondade e o cuidado dele. Por exemplo: faça um caderno de gratidão, para anotar presentes de Deus a cada dia; coloque versículos sobre o amor e a graça de Deus em lugares bem visíveis; amarre no pulso uma fita para lembrá-la daquilo que Cristo fez por você na cruz. Enfim, peça inspiração de Deus para mudar o seu foco de si mesma, de sua fraqueza e seu pecado para ele. A atitude dele em relação a você não muda, não importa se você esteja se sentindo hipócrita ou não. Deus não espera que a gente coloque a vida em ordem para depois falar com ele. Lembra-se de Hebreus 4.16? Quando mais enrolada com o pecado você estiver, mais você deve buscar a Deus.

2 – Concentre-se em um pequeno comportamento de cada vez. Escolha uma coisa que você deseja trabalhar e volte-se exclusivamente para ela por pelo menos duas semanas. Por exemplo, todos os dias você vai trocar meia hora de televisão por meia hora de trabalho doméstico, durante o qual você vai meditar em um versículo. Só meia hora. Assume o compromisso diante de Deus e clame por ajuda dele. Entenda aquela meia hora como outro compromisso qualquer, que você precisa cumprir quer tenha vontade ou não. Experimente coisas diferentes.

3 – Investigue as causas dessa angústia. Quais são suas ocupações durante o dia. Você estuda, trabalha, ajuda em casa, faz trabalho voluntário, pratica esportes, tem um hobbie, artesanato, faz algum curso? Não sei se é o seu caso, mas esse vício em tv, internet, telefone, etc., muitas vezes é ligado a falta de atividades proveitosas voltadas para fora, para outros. Pode ser interessante avaliar como é sua rotina diária para identificar se ela está dando espaço demais para ficar conectada virtual e espaço de menos para ter relacionamentos saudáveis com outras pessoas e servir outros, seja em casa ou fora.

Além disso, também é importante investigar se existem questões interiores que estão gerando ansiedade. Como conversamos anteriormente, um trabalho com um psicólogo, terapeuta ou outra pessoa madura de sua confiança pode ser muito útil nesse sentido. Às vezes, um problema interior não resolvido gera a ansiedade que nos leva a temer qualquer minuto “vazio”. Considere essa possibilidade.

E, por fim, faça uma parceira de oração com alguém aí perto. Peça para alguém orar por você sobre esse assunto. Compartilhe com essa pessoa a pequena mudança que você deseja fazer (veja item 2) e, então, peça para essa pessoa gentilmente cobrar você. Quando prestamos contas a alguém, fica um pouquinho mais fácil nos mantermos firmes.

Pense em tudo isso, apresente para Deus e veja como pode aplicar.

Até a próxima!

 

Kisses,

Su

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