Hello, D.! Sempre bom encontrar você aqui 🙂
Li e reli o que você escreveu e, na verdade, as questões não estão misturadas – elas estão entrelaçadas. Noto pelo menos três coisas em suas observações:
1 – Você tem muitos sonhos, planos e desejos, e tudo isso parece mover-se dentro de sua mente em um ritmo que seu corpo não consegue acompanhar.
2 – Você se compara com outras pessoas e isso causa frustração.
3 – Você acredita que fazer mais (de preferência em menos tempo) é, necessariamente, ser mais produtiva.
Vejamos um item de cada vez.
1 – Entendo como é ter o desejo de atuar em vários campos de conhecimento, pois também tenho grande interesse em diversas áreas. Houve um tempo em que quase entrei em parafuso de pensar que não poderia desenvolver todas as aptidões e projetos que gostaria. Aos poucos, Deus está trabalhando isso de duas maneiras em minha vida (e tenho convicção de que fará o mesmo por você): (a) Ao longo do caminho, ele tem criado oportunidades de juntar esses interesses todos de maneiras surpreendentes. Confie que ele fará isso em sua vida e descanse nesse fato – sem ansiedade, crendo que ele vai juntar todas as peças desse quebra-cabeça no devido tempo. Ele sabe como vai usar sua vida para ajudar outros também (seja com muito ou com pouco dinheiro; veja a história da viúva em Lucas 21.1-4). (b) Deus está me ajudando a entender que a eternidade será o “tempo/lugar” em que desenvolveremos um zilhão de aptidões ao máximo, simplesmente para glorificar a Deus e nos alegrarmos na presença dele. Poderemos explorar o Universo todo, estudar coisas que nem sabemos que existem – para sempre!. Quando penso nisso, fico super empolgada com a vida no céu!
2 – Eu sei que talvez você tenha, de fato, um ritmo diferente de outros. Não é nada construtivo, porém, você persistir nessas comparações. Elas não a tornam mais ágil; pelo contrário: elas geram ansiedade, fazem você se cobrar mais, produzem cansaço e, muito provavelmente, tornam-na ainda mais lenta. Forma-se um círculo vicioso. Você já pensou que esse ritmo talvez faça parte da forma como Deus a criou e que pode ter propósitos específicos? O fato de você ser mais “lenta” também lhe permite ser mais introspectiva e muito mais perceptiva do que uma porção de adolescentes que eu conheço (falando em comparações… kkk). Minha sugestão é que você comece a orar para que Deus lhe mostre se você deve aceitar isso como dádiva dele, em fez de ficar se forçando e se comparando… e se frustrando. E esses dois itens nos levam ao terceiro.
3 – Fazer mais em menos tempo não é necessariamente ser mais produtiva. Não devemos medir nossa produtividade de acordo com aquilo que nós mesmas (ou o mundo ao redor) determinamos, assim como precisamos aprender a não medir sucesso conforme os padrões da sociedade. Nosso único parâmetro absoluto deve ser Deus, e os planos que ele tem para nós. De novo, é uma questão de confiar que ele nos dará a medida de produtividade e sucesso que ele achar necessária e que talvez fique muito aquém (ou muito além!) dos alvos que estabelecemos para nós mesmas.
Diante disso, meu conselho para você tanto nas férias como no terceiro ano (um conselho que eu gostaria que alguém tivesse me dado e que houvesse tido a sabedoria de aceitar, rsrs) é este: Aproveite! Nas férias, reserve pelo menos 50% do tempo para verdadeiramente descansar e se desconectar completamente de estudos. Nosso cérebro precisa desse reboot ocasional e isso nos ajudar estudar e trabalhar com mais qualidade e com menos esforço. Se possível, divida sua férias em duas partes: um número X de semanas para revisar matérias (especialmente aquelas que você tem mais dificuldade) e um número Y de semanas para não fazer nada que tenha a ver com escola (sendo, preferencialmente, Y = X). De novo, é um exercício de confiança em Deus. Nesse aspecto, gosto de Salmos 127.1-2.
Quanto ao terceiro ano, peça ajuda de Deus para não ser sugada pelo vórtice de cobranças externas e internas e para dedicar seu tempo às prioridades dele. Esse é o segredo de ser verdadeiramente produtiva. Eu sei que o que estou lhe dizendo parece meio “etéreo”, pouco prático, mas lhe garanto que, se você perguntar para Deus o que isso significa na sua realidade, ele vai mostrar, um passo de cada vez.
Lembre-se sempre que Deus o primeiro e maior motivo pelo qual Deus criou você não foi para servi-lo, para ajudar outros, para pregar o evangelho, etc. Deus criou você, acima de tudo, para curtir a presença dele e fazer tudo, seja muito ou pouco, depressa ou devagar, imersa no amor e na graça dele.
Entendo que talvez estas não sejam as dicas específicas que você gostaria, mas estes são os fundamentos.
Até a próxima!
Kisses,
Su