Pergunta:

Querida Su, muito obrigada pela sua última resposta. Ela me ajudou a tomar as decisões certas e a entender um pouco mais sobre a vida. Eu gostaria de falar novamente com você sobre a minha colega. As atitudes dela parecem diferentes dos anos passados, e por isso as vezes (desde de fevereiro) me sinto muito mal sobre o que escrevi dela pra você no ano passado. Eu me lembro de como me senti, e me lembro também que, enquanto escrevia, dizia a mim mesma que não estava exagerando, mas que estava escrevendo exatamente o que eu sentia e pensava naquela época. A mãe de um amigo comentou com a minha a respeito dela, e disse coisas muito semelhantes ao que escrevi sobre a menina e a mãe, mesmo que eu nem tenha dado pitaco na conversa, ou seja, o que foi percebido não foi algo só meu, mas de outras pessoas também. As vezes tenho medo de que ela, de algum jeito, leia o que escrevi, ela está próxima agora, mas não sei se é só uma fase. Eu a trato bem, temos muitas coisas em comum, mas não é sobre isso. É sobre confiança. Uma parte de mim não quer ser amiga dela, por mais que pareça isso. Eu me importo com ela, de verdade. Os sorrisos, abraços e conversas estão muito longe de ter qualquer resquício de falsidade. O que você acha? Você me entende? Também queria te contar sobre meus sentimentos pelo meu amigo. Eles não diminuíram. Acho que acalmaram, algo como, “se for pra ser, será”. Eu gostaria de dizer para ele como me sinto, mas ontem recebi uma mensagem do menino da igreja. Acho que ele só estava sendo gentil, mas meu coração disparou e fiquei feliz. Então toda a certeza sobre meu amigo NÃO se esvai, mas fica balançada. A verdade é que NÃO QUERO gostar do rapaz da igreja. Quero sentimentos definidos, porque eu demonstro que gosto dele, demonstro até que poderíamos ter alguma coisa no futuro, mas não sei se ele entende, não sei se ME entendo. Me sinto muito má por demonstrar que gosto de alguém, saber disso e sentir meu coração disparando com a mensagem de outra pessoa. Você já me aconselhou a respeito e não me esqueci, mas se puder falar algo mais sobre o assunto, eu agradeço de coração. O pai do meu amigo não gosta que ele vá para a igreja, mesmo querendo ir. As vezes eu penso: se eu me relacionar com meu amigo futuramente, quando for possível, será que vou ficar sempre me perguntando “e se” sobre o menino da igreja? Ou vice-versa? Por não saber dos meus sentimentos, e por normalmente gostar muito de alguém mas acabar sentindo alguma atração por outra pessoa, as vezes me pergunto se eu não acabaria traindo a pessoa com que decidi compartilhar minha vida. Nesses momentos tenho muito medo de mim. Quero nunca fazer isso, porque se tem uma coisa que admiro no mundo é a fidelidade. Me sinto meio triste hoje, talvez seja TPM… Beijos e abraços! D. Ah! Esqueci de dizer uma coisa: quando demonstro afeto pelo meu amigo e digo o quanto ele é importante para mim, NUNCA é mentira NUNCA é exagero. Ainda que nada entre nós dois aconteça, nossa amizade é de grande relevância para mim. Não fiquei pensando o tempo todo na mensagem do menino. Tratei de acreditar que ele só foi naturalmente legal (como todos dizem que ele é) e me lembrei de quem realmente gosto e do por que. Me pergunto também se estou agindo sem amor em meu relacionamento com Deus por gostar do meu amigo? Será que devo me esforçar para não sentir nada no momento? Também tenho outra pergunta: pessoas que se amam começam um relacionamento ou pessoas se amam depois de iniciarem um relacionamento? Acho que depende muito, já que o amor é uma construção. D. Querida Su, eu conversei com Deus e com minha mãe e estou me sentindo bem mais calma. Mesmo assim, o que você tem a dizer é importante para mim. Acho que quando fico guardando por muito tempo um medo e tentando lidar com ele, em algum momento explodo em desespero. Obrigada por todo carinho e atenção. Beijos. D.

Resposta da Sú:

Hello, D.! Fiquei feliz de saber que você está mais tranquila. Graças a Deus por isso! Coloquei suas três mensagens juntas, pois tratam do mesmo assunto. Tenho apenas alguns comentários a fazer a respeito delas.

Primeiro, é muito bom você ter percebido que não dá para ficar guardando as coisas. Cedo ou tarde elas aparecem e, às vezes, de um jeito meio assustador, rs. Entendo, porém, que existem medos e dúvidas que a gente nem consegue expressar direito e que precisam de tempo para nós mesmas entendermos. Gosto da ideia de pedir com frequência para Deus mostrar se tem algo que precisamos tratar de imediato. Ele sempre responde de forma muito bondosa!

A meu ver, algo importante de ter em mente nessa etapa da vida é que seus sentimentos ainda não se sedimentaram (ou “assentaram”). Isso é absolutamente natural e saudável. Faz parte do desenvolvimento normal da área emocional/afetiva, e é legal reconhecer isso. Pode acontecer de você perceber afetos por mais de uma pessoa, de ter sentimentos diferentes por alguém em dias diferentes. Não se aflija com isso, nem procure analisar demais. Apenas aceite que essa é a sua realidade interior no momento e confie que, mesmo quando as coisas parecerem meio caóticas dentro do seu coração, Deus está no controle.

Esse é um dos motivos pelos quais ainda não é hora de tomar decisões afetivas, que podem ter implicações para o resto da vida. E, felizmente, você não precisa tomar nenhuma decisão desse tipo no momento. Essa é a hora de deixar fluírem as amizades, dedicar-se aos estudos (como você tem feito com tanta dedicação!) e confiar que, quando for preciso decidir alguma coisa, Deus vai dar sabedoria pontual. Cultivar essa atitude ajudará você a fortalecer sua dependência do Deus que nunca muda em seu amor e cuidado por nós. E também reduzirá sua ansiedade em relação a sentimentos variáveis e, muitas vezes, um tanto difíceis de compreender.

Não creio que seja necessário tratar com você de modo específico do seu amigo ou do menino da igreja. No momento, você não precisa definir nada em relação a eles. Meu único conselho específico é que você observe qual é o verdadeiro nível de interesse de seu amigo em andar com Deus. Tudo bem que ele não pode ir à igreja. Mas ele lê a Bíblia? Conversa com Deus? Entendeu e aceitou, de fato, a salvação em Cristo? Esses são sinais de compromisso pessoal que você faz bem de levar em conta caso, algum dia, precise tomar alguma decisão em relação a ele. É bom lembrar, porém, que seu afeto por esse amigo (seja de que tipo for) não é sinal de menos amor por Deus. É sinal apenas de que você deve continuar entregando os sentimentos para Deus, crendo que ele vai dar a direção certa para eles.

E, como você disse muito bem, o amor é uma construção. Primeiro conhecemos a pessoa e formamos vínculos de amizade e, só depois, tomamos a decisão de amá-la. A propósito, você já leu este post? http://depapocomasu.blog.br/mix/2018/06/amor-e-paixao-duas-coisas-diferentes/

Que o Senhor continue a ajudá-la a navegar em meio a seus sentimentos e pensamentos, certa de que ele está no comando e ele vai conduzi-la, uma etapa de cada vez!

Boa semana e até a próxima!

 

Kisses,

Su

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