Hello, L.! Quando falamos do livro de Jó, não temos certeza absoluta se ele é histórico e literal ou se é metafórico. Existe a grande probabilidade de que a história de Jó tenha acontecido de modo histórico. Tiago 5.11, que faz referência a ele, parece reforçar essa ideia.
Qualquer que seja o caso, é fundamental entender que Deus não fez, literalmente, uma aposta com o inimigo. Deus não estava provando nada para ele e, com certeza, não estava brincando com a vida de Jó só para se entreter. Fica bem claro que, do começo ao fim, Deus está no controle de tudo o que acontece com um bom propósito. E esse propósito não tem nada a ver com o inimigo. Tem a ver com a expressão da glória de Deus e com o bem de Jó. Pode parecer meio doido, mas a grande coisa que acontece com Jó no fim da história é que ele passa a ter um relacionamento muito mais pessoal, muito mais profundo com Deus e passa a verdadeiramente conhecer a Deus, com toda sua glória. Esse é o fim de todo sofrimento, seja de Jó ou de outros cristãos.
Mesmo que o livro de Jó seja histórico (e não metafórico), não podemos entender as cenas entre Deus e o inimigo de forma absolutamente literal. Isso porque, se olharmos para a Bíblia como um todo, veremos que Deus não sai por aí fazendo apostas e não brinca com a vida de ninguém. As interações entre Deus e o diabo no livro de Jó servem apenas para reforçar que nada chega até nós sem permissão divina.
Um princípio importante a ser aplicado na leitura e interpretação de qualquer passagem ou livro da Bíblia é de comparação com o restante das Escrituras. Todos os livros que fazem parte da Bíblia estão lá porque Deus assim o quis. E nada do que está na Bíblia contradiz outras partes. Portanto, se as Escrituras como um todo mostram que Deus é justo, bom, misericordioso, compassivo e cheio de graça (e que ele é muuuito mais poderoso que o diabo e não fica discutindo com ele), podemos ter certeza de que, ao lidar com Jó, Deus agiu de acordo com seu caráter – mesmo que não sejamos capazes de entender de modo completo tudo o que aconteceu ali.
Moral da história: Satanás só quer o nosso mal. Deus só quer o nosso bem. Por vezes, contudo, para produzir esse bem em nossa vida, Deus permite o mal. Ao mesmo tempo, contudo, estabelece limites para esse mal e nunca, de maneira alguma, nos abandona no meio das provações. Maravilhoso demais isso, não?
Que Deus continue a abençoar seus estudos da Bíblia, amiga!
Até a próxima!
Kisses,
Su